Acordei com o som insistente da chuva batendo na janela. Parecia que o céu estava desabando, despejando sobre nós toda a sua fúria líquida. O rádio, companheiro matinal, anunciava o alerta laranja para a cidade: chuvas intensas à vista. Um aviso que já se tornara comum, mas que nunca deixava de trazer uma pontada de preocupação.

No caminho para o trabalho, os guarda-chuvas dançavam nas calçadas, formando um mosaico colorido sob o céu cinzento. Cada poça d’água era um pequeno lago urbano, exigindo habilidade para ser evitado. As ruas, essas artérias pulsantes da cidade, começavam a sentir o peso do aguaceiro.

Lembro-me de quando era criança e as chuvas eram motivo de alegria. Brincávamos descalços nas enxurradas, desafiando a correnteza que levava folhas e pequenos galhos. Hoje, a visão é outra: preocupamo-nos com deslizamentos, enchentes e o caos que pode surgir a qualquer momento.

Na portaria do meu prédio, Seu Joaquim, o porteiro, já estava preparado. “Bom dia! Fique atento, viu? Parece que hoje vai ser daqueles dias”, avisou com um sorriso acolhedor. Sempre admirei como ele, com sua sabedoria simples, conseguia manter a calma e a organização em momentos de tensão.

À noite, quando finalmente voltei para casa, as notícias confirmavam os temores: algumas áreas estavam alagadas, e as equipes de resgate trabalhavam sem parar. Mas em meio ao caos, também surgiam histórias de solidariedade. Vizinhos ajudando uns aos outros, dividindo abrigos improvisados e refeições quentes.

É nessas horas que percebemos como somos pequenos diante da força da natureza, mas grandes na capacidade de unir esforços. O alerta laranja não é apenas um aviso meteorológico; é um lembrete de que devemos estar preparados e, acima de tudo, ser solidários.

Afinal, quando o céu decide desabar, é juntos que devemos enfrentar a tempestade. Saiba mais sobre alerta laranja e chuvas intensas e como fazer a preparação para desastres naturais.