Em um boteco qualquer, no canto da cidade, os olhos de Seu Geraldo brilham enquanto ele risca cuidadosamente os números no bilhete da Quina. A televisão ao fundo murmura o resultado da Quina 6610, mas ele não está ansioso. Para ele, a magia está no ato de sonhar, não no resultado em si.

“Hoje é meu dia de sorte, eu sinto”, diz ele para Dona Marta, que já se habituou às suas previsões semanais. Ela sorri, meio descrente, mas respeita a cerimônia. Afinal, quem não gosta de sonhar? Naqueles breves momentos entre escolher os números e ouvir o resultado quina 6610, tudo é possível. O dinheiro da Quina pode transformar vidas, resolver problemas, realizar desejos.

Apostar na loteria é quase um ritual sagrado no Brasil. É o “jeitinho brasileiro” de desafiar o destino, de acreditar que, sim, é possível mudar de vida num piscar de olhos. Na fila da casa lotérica, há sempre histórias sendo contadas. “Se eu ganhar, vou comprar uma casa pra minha mãe”, “Vou abrir meu próprio negócio”, “Vou dar a volta ao mundo”. Sonhos embalados em pedaços de papel.

Mas há também quem veja nisso uma ilusão perigosa. “É só jogo de azar”, dizem alguns. “O governo embolsa tudo.” Entretanto, para muitos brasileiros, a Quina não é apenas sobre dinheiro; é sobre esperança. É o suspiro de alívio depois de um dia difícil, é o momento em que todos são iguais — ricos ou pobres, todos sonhando com a mesma intensidade.

Quando finalmente anunciam os números vencedores e Seu Geraldo vê que seus números não foram sorteados, ele apenas suspira e guarda o bilhete no bolso. Amanhã é um novo dia, e com ele vem uma nova chance de sonhar. E assim, num ciclo sem fim, a vida segue, entre esperanças frustradas e renovadas.

Afinal, como diz o ditado: “Quem não arrisca, não petisca”. E na arte de sonhar com a Quina, o maior prêmio talvez não seja o dinheiro, mas a própria capacidade de acreditar que tudo pode mudar.

Para mais detalhes sobre os resultados das loterias, confira Resultados da Loteria Quina e explore este artigo sobre a Cultura das Loterias no Brasil.