Na manhã ensolarada, enquanto os raios de sol filtravam-se pelas janelas da escola, Ana sentia seu coração pulsar mais rápido do que o habitual. O motivo era simples, mas não menos avassalador: as notas do último bimestre seriam divulgadas hoje.

A expectativa era compartilhada por todos os colegas. A escola parecia respirar um ar diferente, misto de ansiedade e esperança. Havia quem dissesse que as notas eram apenas números, mas para muitos ali, representavam sonhos, medos e o próprio futuro.

No corredor, Ana encontrou Pedro, seu melhor amigo desde os tempos do ensino fundamental. “E aí, nervosa?”, perguntou ele, tentando parecer despreocupado. Mas Ana conhecia aquele olhar. Ele também estava apreensivo.

“Um pouco”, respondeu ela com um sorriso tímido. “Você sabe como é… Minha mãe sempre diz que a nota MT vai decidir meu caminho no vestibular.”

Pedro assentiu. Ele sabia bem como a pressão familiar e social podia ser pesada. Ambos tinham sonhos grandes: Ana queria ser médica, Pedro sonhava em desenhar os céus como engenheiro aeronáutico. Mas entre eles e seus sonhos havia um caminho pavimentado por provas, redações e mais provas.

Ao receber as notas, Ana respirou fundo antes de olhar. A sensação era semelhante a abrir um presente cujas expectativas são altas demais. Ela viu um misto de alívio e desafio naqueles números. Não eram perfeitos, mas também não eram um desastre.

Pedro, ao seu lado, soltou uma gargalhada nervosa ao ver suas próprias notas. “Ainda bem que esse semestre acabou”, disse ele, já fazendo planos para o próximo.

Naquele momento, Ana percebeu que as notas eram, de fato, importantes. Mas mais importante ainda era como elas poderiam ser vistas: como um reflexo de esforço, sim, mas não como uma sentença final. Havia espaço para crescer, melhorar e se reinventar.

O sinal tocou anunciando o início da aula seguinte, mas Ana e Pedro permaneceram parados por um instante no corredor. Eles sabiam que ali começava mais uma etapa de suas jornadas. E com isso em mente, seguiram em frente, levando consigo não apenas números, mas sonhos e a certeza de que cada passo os aproximava mais de quem queriam ser.