Ciclone Subtropical Biguá: O Vento Que Nos Desperta para os Impactos Climáticos
Descubra como o ciclone subtropical Biguá impacta nosso cotidiano e a importância da preparação para desastres naturais. Uma crônica que reflete sobre mudanças climáticas e a resiliência das comunidades.
Quando os ventos do ciclone subtropical Biguá começaram a soprar, trazendo com eles nuvens carregadas e uma inquietação que só quem vive próximo ao mar conhece, eu estava sentado na varanda da casa de minha avó. Ela, com seu olhar sábio, observava o horizonte como quem lê um livro antigo. “É o Biguá”, ela disse, não só nomeando o fenômeno meteorológico, mas também invocando uma figura quase mitológica das histórias que me contava na infância.
No passado, dizia ela, os biguás eram pássaros que dançavam no céu antes das chuvas, mensageiros dos deuses que avisavam sobre a chegada das tempestades. Hoje, o Biguá é um lembrete dos tempos modernos, dos desafios impostos pelas mudanças climáticas que insistem em bater à nossa porta.
Enquanto a televisão alerta sobre os riscos e as medidas preventivas, a comunidade se une num esforço quase coreografado: recolher as roupas do varal, reforçar as janelas, garantir que os animais estejam seguros. É um ritual que se repete com cada ciclone, cada enchente, cada seca inesperada. A resiliência das comunidades está impregnada no DNA das nossas cidades.
Lembro-me de quando éramos crianças e corríamos para as ruas alagadas, transformando os contratempos em brincadeira. Hoje, a realidade exige mais seriedade. Precisamos nos preparar melhor para o que pode vir e cuidar uns dos outros como nunca antes.
O Biguá também traz à tona uma reflexão maior sobre nossa relação com a natureza e como ela retribui nossas ações. Cada vendaval, cada gota de chuva parece sussurrar lições que nem sempre estamos dispostos a ouvir.
Mas talvez o maior ensinamento do Biguá seja sobre união e adaptação. Em meio às adversidades, encontramos força no coletivo, como se cada um de nós fosse uma parte indispensável da engrenagem que mantém a comunidade de pé. A preparação para desastres naturais torna-se essencial.
Assim, enquanto o vento assobia pelas frestas da janela e as árvores dançam ao ritmo da tempestade, recordo as palavras da minha avó e deixo que o Biguá leve minhas preocupações temporárias. Porque sei que depois da tempestade, sempre vem a bonança, trazendo consigo o sol e uma nova esperança para recomeçar.