Num fim de tarde qualquer, enquanto o sol se põe preguiçosamente no horizonte, as ruas começam a se esvaziar. É dia de jogo na La Liga. O confronto entre Real Madrid e Girona promete emoções fortes e, mesmo a quilômetros de distância, o coração brasileiro palpita com a expectativa.

Nas esquinas das cidades, os bares já se enchem de torcedores ansiosos, muitos vestindo camisas que não são do seu clube do coração, mas sim de times europeus que aprenderam a amar. Ali, em meio à espuma do chope e ao burburinho das conversas, o nome de Jude Bellingham ressoa como uma promessa de espetáculo. “Será que ele vai brilhar hoje?”, pergunta um jovem com os olhos fixos na tela, enquanto mastiga um petisco.

Os brasileiros têm essa relação quase mística com o futebol europeu. É como se cada passe, cada gol lá fora fosse também uma parte da nossa história. Talvez porque muitos dos nossos ídolos atravessaram o Atlântico em busca de glória nos gramados estrangeiros. Ou talvez porque La Liga, assim como a Champions League, tornou-se um palco onde sonhos se realizam diante dos nossos olhos ávidos.

O jogo começa e, por um instante, todas as preocupações se dissipam. Há algo universal e ao mesmo tempo tão íntimo em ver a bola rolando. Cada drible, cada defesa é uma dança que conecta continentes. E no fundo, mesmo sem estar presente no estádio imponente, cada torcedor sente-se parte daquele espetáculo.

Enquanto o árbitro apita o final do primeiro tempo, alguém comenta sobre onde assistir ao jogo: “Hoje em dia é fácil, tem transmissão ao vivo de tudo quanto é lado”. Riem e concordam, lembrando dos tempos em que acompanhavam os lances pelo rádio ou esperavam pelo compacto na TV.

O Real Madrid pode ser um gigante no futebol, mas aqui, na nossa realidade brasileira, ele é mais uma desculpa para reunir amigos, discutir táticas e sonhar acordado. Porque no fim das contas, o futebol é isso: um pedaço de sonho que cabe em noventa minutos. E quem diria que Girona se tornaria parte desse enredo que nos toca tanto?

Naquele bar lotado, todos sabem que não importa o resultado final. O importante é sentir-se vivo, é vibrar a cada jogada e reconhecer que, apesar das distâncias geográficas, o amor pelo futebol sempre nos unirá.