Era uma tarde como qualquer outra em Canoas. As pessoas circulavam pelo shopping, algumas à procura de um presente de última hora, outras apenas aproveitando o ar-condicionado para escapar do calor sufocante lá fora. De repente, o som estridente de um alarme cortou o murmúrio habitual das conversas. O cheiro acre de fumaça começou a invadir os corredores, e a tranquilidade se transformou em pânico.

O incêndio no Canoas Shopping nos lembra da fragilidade dos espaços que consideramos seguros. Em meio ao caos, surgem heróis anônimos: seguranças que guiam as pessoas para saídas de emergência, funcionários que acalmam os mais aflitos e clientes que se ajudam mutuamente sem hesitar. Este evento nos traz à memória outras tragédias urbanas do nosso país, como o incêndio no Edifício Joelma ou no Ninho do Urubu, que nos ensinaram duras lições sobre segurança e prevenção.

Enquanto as chamas eram controladas e a fumaça se dissipava, restava na atmosfera um sentimento de alerta e a inevitável pergunta: estamos preparados para lidar com emergências assim?

Canoas, como tantas outras cidades brasileiras, é um símbolo de resiliência urbana. Seus habitantes sabem se reerguer após adversidades, mas isso não diminui a necessidade urgente de medidas preventivas robustas.

A reconstrução física do espaço é certa, mas o mais importante é a reconstrução da confiança e da certeza de que todos os cuidados serão tomados para que eventos assim não se repitam. A segurança em locais públicos não é apenas uma responsabilidade dos gestores, mas um compromisso coletivo que envolve cada um de nós. Que esse incêndio sirva como um lembrete constante da importância da preparação e da solidariedade comunitária.

Assim, enquanto as cinzas do Canoas Shopping são varridas, deixamos um espaço para refletir sobre como podemos tornar nossas cidades mais seguras e resilientes, para que possamos continuar caminhando por seus corredores com a tranquilidade que tanto prezamos.